🇮🇹VORREI FARTI UN REGALO
Una riflessione per la VI Domenica di Pasqua -C (22–5-2022)
< Gv Gv 14,23-29 (Vi lascio la pace)
I.
Ci sono due forze contrapposte che da sempre dominano il mondo: una forza centripeta che alimenta gli egoismi, gli individualismi, i nazionalismi e una forza centrifuga che alimenta le alleanze mondiali o patti globali. Se da una parte vediamo cammini verso la costruzione di grandi alleanze come per esempio l’unione europea, l’unione africana, l’unione dei paesi dell’America latina, etc., dall’altra parte assistiamo a rivendicazioni di nazionalismi, e ai vari “exit” da queste unioni.
Ma da sempre è stato così. Fin dall’antichità accanto al formarsi dei vari paesi e culture, c’era anche un movimento più universalista, come per esempio l’espandersi degli imperi: pensiamo a quello romano, più vicino a noi, o a quello di Alessandro Magno che assunse la lingua greca come lingua comune a tutto l’impero (un po’ come il nostro inglese di oggi).
Accanto a un universalismo politico c’era anche il diffondersi di una concezione filosofica, definita come “cosmopolitismo” che relativizzava l’appartenenza a una nazione e enfatizzava una cittadinanza mondiale, una fratellanza universale e l’uguaglianza tra tutti gli uomini. Ogni vero sapiente si considerava un “Cittadino del mondo” (Diogene il Cinico)
II.
Anche nel cristianesimo, fin dall’inizio, c’era chi voleva “giudaizzare” i cristiani, con l’imposizione della circoncisione e altre leggi mosaiche, come abbiamo sentito nella prima lettura: «Se non vi fate circoncidere secondo l’usanza di Mosè, non potete essere salvati». E c’era invece chi come l’apostolo delle genti Paolo, ma anche Barnaba che dissentivano e avevano una visione del cristianesimo più universale: “non ci sono più giudei né greci…”.
Il cristianesimo per sua natura ha una vocazione universale (la stessa parola cattolico in greco significa universale). Questa universalità si fonda sulla verità che siamo tutti figli dello stesso Dio, quindi tutti fratelli (o Fratelli tutti), quindi tutti uguali anche se ognuno diverso. Un universalismo che rispetta ogni popolo, ogni cultura, ogni lingua, ogni persona.
Nell’evento universale della Pentecoste lo Spirito non ha fatto parlare tutti la stessa lingua, ma ognuno capiva quello che dicevano gli apostoli perché li sentivano parlare ognuno nella propria lingua di.
III.
Gesù nel suo testamento spirituale, del quale abbiamo ascoltato oggi un’altra parte, offre 3 regali meravigliosi.
1. “noi (io e il Padre) verremo a lui e prenderemo dimora presso di lui”.
Tempo fa avevo visto una fiction dove per un’occasione speciale una coppia volendosi fare l’un l’altra il regalo più grande, senza saperlo ebbero entrambi la stessa idea. Si sono presentati all’appuntamento rivestiti con una carta da regalo e con un fiocco in testa. Avevano capito che il regalo più grande che potevano fare uno all’altra era il dono di sé stessi.
Lo stesso ha fatto Gesù: ha donato se stesso e ha promesso di abitare in ciascuno di noi, di prendere casa da noi. In questo modo in qualunque posto del mondo andremo saremo sempre a casa, perché Dio dimora con noi. Dove c’è Dio, c’è casa. Ecco che i cristiani sono come le tartarughe o le lumache, che sono sempre a casa, in qualsiasi posto vanno.
2. Il secondo regalo è quello dello Spirito Santo, “che insegnerà e ci ricorderà ogni cosa. Gesù usa il termine “Paraclito” tradotto con “consolatore” o “difensore” o meglio “soccorritore” (dal verbo “para” presso, e “caléo” chiamare).
3. Il terzo regalo è la pace: “Vi lascio la pace, vi do la mia pace. … Non sia turbato il vostro cuore e non abbiate timore”.
Ma non la pace come la dà il mondo. Non è come la “pax romana” illustrata nell’ “ara pacis”, il bellissimo monumento romano che possiamo contemplare qui vicino sulla riva del Tevere, che celebrava quel periodo di pace instaurata nell’impero con Cesare Augusto (per questa era detta anche “Pax Augustea”). Quella era una pace mantenuta con la forza. I romani dicevano “si vis pacem para bellum” (se vuoi la pace prepara la guerra) ma Gesù dice “si vis pacem, para pacem” (se vuoi la pace, prepara la pace).
IV.
Questi sono i tre regali lasciatici oggi da Gesù. Però, come ci ricorda Tiziano Ferro nella sua bellissima canzone “Il regalo più grande”, ci sono regali che ricevi e poi perdi, non apri, li lasci sul treno, non accetti. Ci sono invece altri regali che “apri e poi piangi, che sei contento e non fingi”.
Può capitare che anche i regali che Gesù ci fa li lasciamo incartati e li dimentichiamo. Non sono regali che Gesù ci farà nel futuro, nel Paradiso, ma che ci fa nel presente: Gesù e il Padre vogliono dimorare ora nella nostra casa; lo Spirito Santo vuole soccorrerci ora e liberarci da ogni paura in questo mondo, e la pace Gesù ce l’ha lasciata qui in questa terra.
Ma dov’è questa pace e gli altri doni, perché non riusciamo a vederli? Forse perché non abbiamo ancora scartato i regali.
🇵🇹 GOSTARIA DE LHE DAR UM PRESENTE
Uma reflexão para o VI Domingo da Páscoa -C (22-5-2022)
< Jo 14:23-29 (Deixo-vos a paz)
I.
Há duas forças opostas que sempre dominaram o mundo: uma força centrípeta que alimenta o egoísmo, o individualismo e o nacionalismo, e uma força centrífuga que alimenta alianças globais ou pactos globais. Enquanto por um lado vemos caminhos para a construção de grandes alianças como a união europeia, a união africana, a união dos países da América Latina, etc., por outro vemos reivindicações de nacionalismos, e os vários “exit” (saídas) destas uniões.
Mas sempre foi este o caso. Desde a antiguidade, a par da formação de vários países e culturas, houve também um movimento mais universalista, como a expansão dos impérios: pensemos no império romano, que está mais próximo de nós, ou no de Alexandre Magno que assumiu a língua grega como a língua comum de todo o império (um pouco como o nosso inglês de hoje).
A par do universalismo político houve também a difusão de uma concepção filosófica, definida como "cosmopolitismo", que relativizava a nacionalidade e enfatizava a cidadania mundial, a fraternidade universal e a igualdade entre todos os homens. Cada sábio verdadeiro considerava-se um "Cidadão do Mundo" (Diógenes, o Cínico)
II.
Mesmo no cristianismo, desde o início, houve quem quisesse 'judaizar' os cristãos, com a imposição da circuncisão e outras leis mosaicas, como ouvimos na primeira leitura: 'Se não fores circuncidado segundo o costume de Moisés, não poderás ser salvo'. Por outro lado, havia aqueles como o Apóstolo dos Gentios Paulo, mas também Barnabé que discordavam e tinham uma visão mais universal do cristianismo: "não há mais judeus ou gregos...".
O cristianismo pela sua própria natureza tem uma vocação universal (a própria palavra católica em grego significa universal). Esta universalidade baseia-se na verdade de que somos todos filhos do mesmo Deus, portanto todos irmãos (ou “Fratelli Tutti”), portanto todos iguais mesmo que cada um seja diferente. Um universalismo que respeite cada povo, cada cultura, cada língua, cada pessoa.
No evento universal de Pentecostes, o Espírito não fez todos falarem a mesma língua, mas todos compreenderam o que os apóstolos disseram porque cada um os ouviu falar na sua própria língua.
III.
No seu testamento espiritual, do qual ouvimos hoje outra parte, Jesus oferece três dons maravilhosos.
1. "nós (eu e o Pai) iremos ter com ele e faremos a nossa morada com ele".
Há algum tempo atrás vi uma ficção onde, para uma ocasião especial, um casal queria dar um ao outro o maior presente, sem o saber ambos tiveram a mesma ideia. Apareceram para o seu encontro vestidos de papel de embrulho e com um laço na cabeça. Eles compreenderam que o maior presente que podiam dar um ao outro era o dom de si próprios.
Jesus fez o mesmo: entregou-se e prometeu habitar em cada um de nós, para se estabelecer connosco. Deste modo, onde quer que vamos no mundo estaremos sempre em casa, porque Deus habita connosco. Onde há Deus, há casa. Assim, os cristãos são como tartarugas ou caracóis, que estão sempre em casa, para onde quer que vão.
2. O segundo dom é o do Espírito Santo, "que nos ensinará e nos recordará todas as coisas". Jesus usa o termo "Paraclete" traduzido como "consolador" ou "defensor" ou antes "salvador" (do verbo "para" perto, e "caléo" para chamar).
3. O terceiro presente é a paz: "Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. ... Que o seu coração não seja perturbado, nem tenha medo”.
Mas não a paz, como o mundo lhe dá. Não é como a 'pax romana' ilustrada na 'ara pacis', o belo monumento romano que podemos contemplar aqui perto na margem do rio Tibre, que celebrava o período de paz estabelecido no império com César Augusto (para isso foi também chamada 'Pax Augustea'). Era uma paz mantida pela força. Os romanos disseram 'si vis pacem para bellum' (se queres paz, prepara-te para a guerra) mas Jesus diz 'si vis pacem, para pacem' (se queres paz, prepara-te para a paz).
IV.
Estes são os três presentes que Jesus nos deixou hoje. No entanto, como nos lembra Tiziano Ferro na sua bela canção "Il regalo più grande" (O maior presente), há presentes que você recebe e depois perde, não abre, deixa-os no comboio, não aceita. Por outro lado, existem outros presentes que “você abre e depois chora, está feliz e não finge".
Pode acontecer que mesmo os presentes que Jesus nos dá os deixemos embrulhados e esquecidos. Não são dons que Jesus nos dará no futuro, no Paraíso, mas que Ele nos dá no presente: Jesus e o Pai querem habitar na nossa casa agora; o Espírito Santo quer vir em nosso auxílio agora e libertar-nos de todo o medo neste mundo, e Jesus deixou-nos a paz aqui nesta terra.
Mas onde está esta paz e os outros dons, porque não os podemos ver? Talvez por ainda não termos ainda desembrulhado os presentes.
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