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Immagine del redattore P. Ezio Lorenzo Bono, CSF

🇮🇹 IO CHI? 🇵🇹 EU QUEM?


🇮🇹 IO CHI?

(Video e testo in italiano)

Una riflessione per la XIX Domenica del Tempo Comune A (13-8-2023) < Mt 14,22-33 (Non temete, sono io)

I.

Domenica scorsa, al termine della messa conclusiva delle giornate mondiali della gioventù a Lisbona, quando il Papa disse "la messa è finita, andate in pace", nessuno si è mosso. Il Papa si era già ritirato ma tutti i giovani rimasero ancora per un tempo, come se non volessero terminare l'incanto di quei giorni. Quelle giornate sono state meravigliose: un milione e mezzo di giovani di tutti i paesi del mondo si sono incontrati in amicizia, hanno pregato, cantato, riempiendo di bellezza ogni angolo della città. Soprattutto nella veglia del sabato sera: nel momento dell'adorazione c'è stato un silenzio totale, come se il mondo si trovasse improvvisamente sospeso nello spazio lontano da ogni rumore e affanno. "Non videro più nessuno, se non Gesù"

Il vangelo domenica scorsa parlava proprio di un'esperienza simile fatta dai discepoli sul monte Tabor: sopraffatti dalla bellezza della trasfigurazione seppero soltanto balbettare "Come è bello stare qui, facciamo tre tende". Gesù invece li manda a scendere dal monte per ritornare nel mondo per divenire testimoni della bellezza. Così dalla collina del bellissimo parco Tejo di Lisbona da dove c'era una vista spettacolare sul mare, i giovani sono scesi per ritornare nei loro paesi, per testimoniare la bellezza che hanno vissuto.

II.

Anche nel vangelo di oggi, i discepoli erano reduci da un'esperienza grandiosa, quella della moltiplicazione dei pani e dei pesci. Erano ancora infatuati da quella bellezza, e volevano trattenersi per godere ancora un po' dell'onda dei gratificanti riconoscimenti, quando Gesù irruppe bruscamente e li "costrinse" è il verbo proprio usato dal vangelo, "costrinse" i discepoli a salire sulla barca per andare sull'altra riva. Gli apostoli non volevano mettersi in viaggio, desideravano prolungare l'incanto di quel momento, e poi era già notte, il vento era contrario... chi è così incosciente da mettersi in mare in quei frangenti?

Eppure il tanto comprensivo e tollerante Gesù si mostra tutt'altro che mite e umile, ma diventa intransigente, obbligando i discepoli a sottrarsi agli elogi e smancerie, forse perché non confondano il loro ministero con un mestiere gratificante e pieno di soddisfazione.

III.

La vita è un viaggio impervio tra le onde del mare spesso in tempesta (come è quello di Tiberiade). Ma nel nostro viaggio non siamo abbandonati a noi stessi. Quando ci sembra di affondare e che tutto sia finito, arriva Gesù che dice anche a noi come ai discepoli "Non temete". Lo dice anche a noi, perché anche noi siamo suoi discepoli.

Negli incontri coi giovani più volte il Papa li ha invitati alla fiducia, alla speranza, a non avere paura. Spesso però l'affanno è così grande che non ci permette di riconoscere Gesù. Gli stessi discepoli quando Lo videro pensavano che fosse un fantasma.

Generalmente quando suoniamo al citofono di casa o di persone amiche, alla domanda "chi è"? Basta che rispondiamo "Sono io" e il portone si apre all'istante. Ma non vi è mai capitato, almeno una volta che alla nostra risposta "Sono io" ne è seguita un'altra domanda "Io chi?". Come ci siamo sentiti? Sorpresi, amareggiati, non riconosciuti?

Anche Pietro, quando Gesù disse "Sono io" rispose "Io chi?". Infatti ha voluto certificare che fosse proprio Gesù: "se sei tu, comandami di venire verso di te sulle acque". Ha voluto delle prove. E noi vogliamo delle prove, come Pietro, quando non siamo certi dell'altro.

E il vangelo conclude: "Quelli che erano sulla barca si prostrarono davanti a lui, dicendo: «Davvero tu sei Figlio di Dio!»".

IV.

Per concludere. Quando nelle tempeste della nostra vita, Gesù suona al nostro citofono per dirci "Coraggio, non temere, sono io", la nostra risposta sarà come quella dei discepoli sulla barca «Davvero tu sei Figlio di Dio!», oppure come quella di Pietro "Io chi?".


  • Nell'immagine di fondo: Ivan Konstantinovich Aivazovsky - Among the Waves, 1898

  • Nella musica di fondo: Beethoven Piano Sonata No. 17 "Tempest" Valentina Lisitsa 3. Allegretto



🇵🇹 EU QUEM?

(Vídeo e texto em 🇵🇹 português)

Reflexão para o XIX Domingo do Tempo Comum A (13-8-2023) < Mt 14,22-33 (Não temais, sou eu)

I.

No domingo passado, no final da Missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, quando o Papa disse “Vamos em paz e o Senhor nos acompanhe”, ninguém se mexeu. O Papa já se tinha retirado, mas todos os jovens ficaram mais um pouco, como se não quisessem acabar com o encanto daqueles dias. Aquelas jornadas foram maravilhosos: um milhão e meio de jovens de todo o mundo encontraram-se em amizade, rezaram, cantaram, enchendo de beleza todos os cantos da cidade. Sobretudo na vigília de sábado à noite: no momento da adoração, o silêncio era total, como se o mundo estivesse subitamente suspenso no espaço, longe de todo o barulho e de toda a azáfama. "Não viram mais ninguém para além de Jesus".

O Evangelho de Domingo passado fala de uma experiência semelhante feita pelos discípulos no Monte Tabor: impressionados com a beleza da transfiguração, só conseguem balbuciar: "Como é belo estar aqui, façamos três tendas". Em vez disso, Jesus manda-os descer do monte e regressar ao mundo para se tornarem testemunhas da beleza. Assim, da colina do belo parque do Tejo, em Lisboa, de onde se tem uma vista espetacular sobre o mar, os jovens desceram para regressar aos seus países, para testemunhar a beleza que tinham experimentado.

II.

Também no Evangelho de hoje, os discípulos regressam de uma grande experiência, a da multiplicação dos pães e dos peixes. Estavam ainda apaixonados por aquela beleza e queriam ficar mais um pouco a gozar a onda de gratificantes recompensas, quando Jesus irrompe abruptamente e "obriga-os", é o verbo correto usado no evangelho, "obriga" os discípulos a entrarem no barco para irem para a outra margem. Os apóstolos não queriam partir, queriam prolongar o encanto daquele momento, e depois já era noite, o vento estava contra eles... quem é tão imprudente para se fazer ao mar nessas circunstâncias?

E, no entanto, Jesus, outrora sempre tão compreensivo e tolerante, mostra-se tudo menos manso e humilde, torna-se intransigente, obrigando os discípulos a evitar os elogios e as lisonjas, talvez para que não confundam o seu ministério com uma profissão gratificante e satisfatória.

III.

A vida é uma viagem fadigosal através das ondas de um mar muitas vezes tempestuoso (como o de Tiberíades). Mas na nossa viagem não estamos entregues a nós próprios. Quando nos parece que nos estamos a afundar e que tudo está acabado, Jesus vem e diz-nos também a nós, como aos discípulos: "Não temais". Diz-nos isto também a nós, porque também nós somos seus discípulos.

Nos encontros com os jovens, o Papa convidou-os repetidamente a confiar, a esperar, a não ter medo. Muitas vezes, porém, a ansiedade é tão grande que não nos permite reconhecer Jesus. Os mesmos discípulos, quando o viram, pensaram que era um fantasma.

Geralmente, quando tocamos o intercomunicador em casa ou na casa de um amigo, à pergunta "quem é"? Respondemos apenas "Sou eu" e a porta abre-se instantaneamente. Mas já vos aconteceu, pelo menos uma vez, que a nossa resposta "Sou eu" tenha sido seguida de outra pergunta "Eu quem?". Como é que nos sentimos? Surpreendidos, amargurados, não reconhecidos?

Até Pedro, quando Jesus disse "Sou eu", respondeu "Eu quem?". De facto, ele queria certificar-se de que era mesmo Jesus: "Se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas". Queria uma prova. E nós queremos uma prova, como Pedro, quando não temos a certeza do outro.

E o Evangelho conclui: "Os que estavam no barco prostraram-se diante dele, dizendo: Verdadeiramente tu és o Filho de Deus".

IV.

Para concluir. Quando, nas tempestades da nossa vida, Jesus toca o nosso intercomunicador para nos dizer "Coragem, não tenhais medo, sou eu", a nossa resposta será como a dos discípulos no barco "Verdadeiramente tu és o Filho de Deus!", ou como a de Pedro "Eu quem?".


  • Na imagem de fundo: Ivan Konstantinovich Aivazovsky - Entre as ondas, 1898

  • Música de fundo: Beethoven Piano Sonata No. 17 "Tempest" Valentina Lisitsa 3. Allegretto



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