🇮🇹 LA SINDROME DI CALIMERO
(Video e testo in 🇮🇹 italiano)
Una riflessione per la XXIV Domenica del Tempo Comune (17–9-2023)
< Mt 18,21-35 (Settanta volte sette)
I.
Molti di voi si ricorderanno di Calimero, quel pulcino del Carosello degli anni sessanta/settanta che dopo essere caduto nella fuliggine e diventato nero, non viene più riconosciuto dalla mamma. In seguito alle numerose disavventure Calimero si riteneva continuamente vittima di ingiustizie e diceva sempre: «Eh, che maniere! Qui fanno sempre così, perché loro sono grandi e io sono piccolo e nero... è un'ingiustizia però». Alla fine di ogni episodio arrivava l'immancabile olandesina della Mira Lanza, la quale dimostrava che Calimero non è nero, «è solo sporco!», e si concludeva con un bel bagno e il celeberrimo slogan «Ava, come lava!».
Dalla figura di Calimero gli psicologi hanno coniato il termine "Sindrome di Calimero" per definire quelle persone che soffrono di "vittimismo" e cioè coloro che dovuto a dei traumi o problemi irrisolti nella fanciullezza, incolpano sempre gli altri della propria infelicità.
Se per Calimero la soluzione era semplicemente quella di farsi un bagno con acqua e "Ava", per chi è affetto dalla "Sindrome di Calimero" ci vuole un altro tipo di lavaggio: liberarsi dalla gabbia emotiva in cui si sono rinchiusi (e nella quale tentano di rinchiudere anche le persone a loro vicine attraverso le manipolazioni emotive o ricatti affettivi), rileggendo e reinterpretando la loro storia da un altro punto di vista.
II.
Una soluzione interessante è quella del "Perdono Assoluto" che propone il Prof. Colin Tipping nel suo libro che ho letto questa settimana dal titolo appunto: "Perdono Assoluto: perdonare per crescere". Qui l'autore parla di sua sorella Jill che incolpava sempre gli altri della sua infelicità, finché è riuscita a rileggere la sua storia da un'altra prospettiva ed è avvenuta la svolta. Aveva capito che il suo atteggiamento vittimista era dovuto a problemi irrisolti nell'infanzia nella sua relazione con il padre dal quale non si sentiva amata. Questo le ha inculcato nel suo intimo la convinzione di non essere degna di essere amata, e quindi negli "affronti" che riceveva dagli altri ritrovava la conferma della sua convinzione. Colin le ha proposto il cammino del "Perdono Assoluto" non nel senso del perdono tradizionale dove noi ci sforziamo di perdonare chi riteniamo colpevole di un affronto nei nostri confronti, ma perdonando noi stessi (smettere di essere sempre arrabbiati con se stessi) e "lasciarci andare" con naturalezza vedendo i problemi come un'opportunità per guarire. Dal recupero della nostra autostima e dal perdono assoluto ne consegue una relazione rinnovata con noi stessi e con gli altri, che non vedremo più come antagonisti ma come persone come noi in cerca del proprio spazio in questo mondo. Anche il corpo ne beneficerà come sostengono gli psicologi, e si risolveranno i problemi relativi all'ansio, stress, insonnia... e quindi un'inversione radicale alla marcia autodistruttiva nella quale ci trovavamo.
III.
Anche Gesù nel Vangelo di oggi ci parla di "Perdono Assoluto" quando dice che dobbiamo perdonare 70 volte 7, e cioè sempre. E il motivo per il quale dobbiamo perdonare, non è solo per i benefici psicologici che il perdono porta con sé (come visto prima), ma per motivi "spirituali": dobbiamo perdonare perché noi siamo stati perdonati. La parabola del primo servo al quale fu perdonato un debito enorme e non ha saputo perdonare un debito molto minore del secondo servo ci svela che quel servo spietato siamo noi, che non ci rendiamo conto della sproporzione infinita tra quello che ci è stato donato e quello che ci è chiesto di donare. Quando arriverà il giorno che il Signore, come ci dice la parabola di oggi, vorrà regolare i conti con noi, non funzionerà il vittimismo col quale giustifichiamo spesso il nostro atteggiamento collerico nei confronti degli altri: Lui conosce perfettamente le nostre furberie travestite da vittimismo innocente. E quindi smettiamola davvero di essere sempre rivoltati contro tutto e contro tutti, smettiamola di ricattare i familiari e amici obbligandoli a mettersi dalla nostra parte contro gli altri che riteniamo ci abbiano offeso, ma liberiamoci e liberiamo gli altri dalle nostre ossessioni. Più che "perdonare" ci viene chiesto di "essere perdono". Quindi non è più questione di numeri (3, sette, settanta volte sette...) ma di essenza, di infinito, proprio come Dio.
IV.
Per concludere. Quest'anno Calimero compie 60 anni, ma lui è rimasto ancora piccolo e nero. E noi che siamo pressapoco suoi coetanei, siamo cresciuti e diventati adulti capaci di perdono, capaci di infinito, o siamo rimasti piccoli pulcini a crogiolarci ancora nei nostri miseri vittimismi?
Non dimentichiamoci che lungo la strada del nostro cammino di liberazione non troveremo delle olandesine pronte a lavarci nella tinozza come facevano con Calimero, ma troveremo solo degli "autolavaggi" ( meglio "stazioni autopulenti"), dove ognuno dovrà lavarsi da solo.
Nell’immagine di fondo: Calimero
Nella musica di fondo: Forgive Me - Sad & Emotional Piano Song Instrumental
🇵🇹 A SÍNDROME DE CALIMERO
(Vídeo e texto em 🇵🇹 português)
Uma reflexão para o XXIV Domingo do Tempo Comum (17-9-2023)
< Mt 18,21-35 (Setenta vezes sete)
I.
Muitos de vós lembrar-se-ão do Calimero, aquele pintainho do Carrossel dos anos sessenta/setenta que, depois de cair na fuligem e ficar preto, deixou de ser reconhecido pela mãe. Na sequência das suas numerosas desventuras, Calimero sentia-se constantemente vítima de injustiças e dizia sempre: "Eh, que modos! Fazem sempre isso aqui, porque eles são grandes e eu sou pequeno e preto... mas é uma injustiça". No final de cada episódio, surgia a inevitável holandesinha de Mira Lanza, que provava que Calimero não é preto, "é apenas sujo!", e terminava com um bom banho e o famoso slogan "Ava, come lava!
A partir da figura de Calimero, os psicólogos cunharam o termo "síndrome de Calimero" para definir as pessoas que sofrem de "vitimismo", ou seja, aquelas que, devido a traumas não resolvidos ou a problemas da infância, culpam sempre os outros pela sua infelicidade.
Se para Calimero a solução era simplesmente tomar um banho com água e "Ava", para quem sofre de "Síndrome de Calimero" é necessário um outro tipo de lavagem: libertar-se da gaiola emocional em que se fechou (e na qual também tenta fechar os que lhe são próximos através de manipulação emocional ou chantagens afectivas), relendo e reinterpretando a sua história de um outro ponto de vista.
II.
Uma solução interessante é a do "Perdão Absoluto" que o Prof. Colin Tipping propõe no seu livro que li esta semana intitulado: "O perdão absoluto: perdoar para crescer". Aqui, o autor fala da sua irmã Jill que estava sempre a culpar os outros pela sua infelicidade, até que conseguiu reler a sua história de uma outra perspetiva e chegou o ponto de viragem. Apercebeu-se de que a sua atitude de vítima se devia a problemas de infância não resolvidos na sua relação com o pai, por quem não se sentia amada. Isso tinha-lhe incutido a convicção de que não era digna de ser amada e, por isso, nas "afrontas" que recebia dos outros, encontrava a confirmação da sua convicção. Colin propôs-lhe o caminho do "Perdão Absoluto", não no sentido do perdão tradicional em que nos esforçamos por perdoar aqueles que sentimos serem culpados de uma afronta contra nós, mas perdoando-nos a nós próprios (deixando de estar sempre zangados connosco) e "soltando-nos" naturalmente, vendo os problemas como uma oportunidade de cura. Da recuperação da nossa autoestima e do perdão absoluto nasce uma relação renovada connosco e com os outros, que deixamos de ver como antagonistas e passamos a ver como pessoas como nós, à procura do seu próprio espaço neste mundo. O corpo também beneficiará, como afirmam os psicólogos, e se resolvem muitos problemas relacionados com a ansiedade, o stress, as insónias... e, assim, haverá uma inversão radical da marcha autodestrutiva em que nos encontramos.
III.
Também Jesus, no Evangelho de hoje, fala-nos também do "Perdão Absoluto" quando diz que devemos perdoar 70 vezes 7, ou seja, sempre. E a razão pela qual devemos perdoar, não é apenas pelos benefícios psicológicos que o perdão traz (como vimos anteriormente), mas por razões "espirituais": devemos perdoar porque fomos perdoados. A parábola do primeiro servo, a quem foi perdoada uma dívida enorme e que não perdoou uma dívida muito mais pequena ao segundo servo, revela-nos que esse servo que não perdoa somos nós, que não nos apercebemos da desproporção infinita entre o que nos foi dado e o que nos é pedido para dar. Quando chegar o dia em que o Senhor, como nos diz a parábola de hoje, quiser ajustar contas connosco, a táctica da vitimização com que muitas vezes justificamos a nossa atitude colérica para com os outros não funcionará: Ele conhece perfeitamente a nossa astúcia disfarçada de vítima inocente. Deixemos, pois, de estar sempre revoltados contra tudo e contra todos, deixemos de chantagear a família e os amigos, obrigando-os a tomar o nosso partido contra aqueles que sentimos que nos ofenderam, mas libertemo-nos, a nós e aos outros, das nossas obsessões. Mais do que "perdoar", é-nos pedido que "sejamos perdão". Assim, já não se trata de uma questão de números (3, 7, 70 vezes 7...) mas de essência, de infinito, tal como Deus.
IV.
Para concluir. Este ano, Calimero faz 60 anos, mas continua a ser pequeno e preto. E nós, que temos mais ou menos a sua idade, crescemos e tornámo-nos adultos capazes de perdoar, capazes de infinito, ou continuamos a ser miúdos que ainda se deleitam com a nossa miserável vitimização?
Não esqueçamos que a longo da estrada do nosso caminho de libertação, não encontraremos holandesinhas prontas para nos lavar numa banheira como faziam com Calimero, mas apenas encontraremos 'estações de auto-limpeza', onde cada um terá que se lavar sozinho."
Na imagem de fundo: Calimero
Na música de fundo: Forgive Me - Sad & Emotional Piano Song Instrumental
🇬🇧 THE CALIMERO SYNDROME
(Video and text in🇬🇧 EnglishItalian)
A reflection for the XXIV Sunday of Common Time (17-9-2023)
< Mt 18:21-35 (Seventy times seven)
I.
Some of you will remember Calimero, that chick from the Carousel of the sixties/seventies who, after falling into soot and turning black, was no longer recognised by his mother. As a result of his many misadventures, Calimero constantly felt himself to be the victim of injustice and always said: "Eh, what manners! They always do that here, because they are big and I am small and black... it's an injustice though". At the end of each episode came the inevitable "Olandesine" from Mira Lanza, who proved that Calimero is not black, 'he's just dirty!', and ended with a nice bath and the famous slogan "Ava, come lava!"
From the figure of Calimero, psychologists coined the term 'Calimero syndrome' to define those people who suffer from 'victimhood', i.e. those who, due to unresolved traumas or problems in childhood, always blame others for their unhappiness.
If for Calimero the solution was simply to take a bath with water and "Ava", for those suffering from "Calimero Syndrome" it takes a different kind of washing: freeing themselves from the emotional cage in which they have enclosed themselves (and in which they also try to enclose those close to them through emotional manipulation or emotional blackmail), by re-reading and re-interpreting their history from another point of view.
II.
An interesting solution is that of 'Radical Forgiveness' that Prof. Colin Tipping proposes in his book I read this week entitled: 'Radical Forgiveness'. Here the author talks about his sister Jill who was always blaming others for her unhappiness, until she managed to re-read her story from another perspective and the turning point came. She realised that her victimising attitude was due to unresolved childhood problems in her relationship with her father by whom she felt unloved. This had instilled in her the conviction that she was not worthy of being loved, and so in the 'affronts' she received from others she found confirmation of her conviction. Colin proposed to her the path of 'Radical Forgiveness', not in the sense of traditional forgiveness where we strive to forgive those we feel are guilty of an affront against us, but by forgiving ourselves (stop being angry with ourselves all the time) and 'letting go' naturally by seeing problems as an opportunity to heal. From the recovery of our self-esteem and radical forgiveness comes a renewed relationship with ourselves and others, whom we will no longer see as antagonists but as people like ourselves in search of their own space in this world. The body will also benefit, as psychologists claim, and problems relating to anxiety, stress, insomnia... and thus a radical reversal of the self-destructive march in which we found ourselves.
III.
Jesus in today's Gospel also speaks to us of ‘Radical Forgiveness' when he says that we must forgive 70 times 7, that is, always. And the reason why we must forgive, is not just for the psychological benefits that forgiveness brings (as seen earlier), but for 'spiritual' reasons: we must forgive because we have been forgiven. The parable of the first servant who was forgiven a huge debt and failed to forgive a much smaller debt of the second servant reveals to us that that unforgiving servant is us, who fail to realise the infinite disproportion between what we have been given and what we are asked to give. When the day comes that the Lord, as today's parable tells us, wants to settle the score with us, the victimhood with which we often justify our choleric attitude towards others will not work: He knows perfectly well our cunning disguised as innocent victimhood. So let us really stop being always turned against everything and everyone, let us stop blackmailing family and friends by forcing them to take our side against others we feel have offended us, but let us free ourselves and others from our obsessions. More than 'forgive' we are asked to 'be forgivness’. So it is no longer a matter of numbers (3, 7, 70 times 7...) but of essence, of infinity, just like God.
IV.
To conclude. This year Calimero turns 60, but he is still small and black. And we who are roughly his age, have we grown up and become adults capable of forgiveness, capable of infinity, or have we remained little chicks still basking in our miserable victimhood?
Let us not forget that along the road of our journey of liberation we will not find "Olandesine" ready to wash us in the tub as they did Calimero, but we will only find 'self-cleaning stations', where everyone will have to wash themselves.
In the background image: Calimero
In the background music: Forgive Me - Sad & Emotional Piano Song Instrumental