🇮🇹 VOLARE SENZ’ALI
(testo in 🇮🇹 italiano)
Una riflessione per la Solennità dell’Assunta (15-8-2022)
I.
Oggi è il giorno culmine delle Ferie di Augusto, il Ferragosto, cioè il mese di riposo e di feste religiose decretato da Ottaviano Augusto nel 18 a.C. Nel mese di Augusto (Agosto) si celebravano molte feste e ricorrenze, che cominciavano il 1 agosto con l’anniversario della presa di Alessandria avvenuta il 1 agosto del 30 a.C. che vide la sconfitta di Marco Antonio e Cleopatra. Lungo il mese di agosto si susseguivano molte altre feste religiose celebrate con con banchetti, rituali, giochi, corse di cavalli, etc. La festa più importante era il 13 agosto, festa della dea Diana, dea della fertilità e della maternità, venerata nel suo tempio sull’Aventino. C’era poi la festa di Portunno dio protettore dei porti, di Giano il dio bifronte, di Conso protettore dei granai e dei raccolti. La festa più attesa era quella dei Vinalia rustica (19 agosto) che apriva la stagione della vendemmia. E le feste terminavano il 25 agosto con la festa della dea Opis, protettrice anche lei del grano raccolto.
II.
E com’è che tra tutte queste pagane si è imposta la festa dell’Assunzione di Maria al cielo? (Dicevamo ieri) che quando arriva il cristianesimo, irrompe la novità e tutto quello che era mito viene soppiantato dalla nuova religione. Grazie al cristianesimo ci fu un’evoluzione nella coscienza religiosa dei romani. Gli antropologi dicono che anche nella religione c’è una evoluzione che inizia con l’animismo, l’idea primitiva secondo la quale tutto ha un’anima e divinizza la materia adorando il sole, l’acqua, la terra, etc. Con l’evoluzione della civiltà si passa dall’animismo al politeismo, cioè la credenza in più dei, come avvenne nella cultura egizia, greca e romana. Per giungere infine al monoteismo, il culmine dell’evoluzione religiosa, dove si crede nell’esistenza di un unico Dio, come avvenne con l’ebraismo, il cristianesimo, l’islamismo e aggiungo anche la Religione Tradizionale Africana che è monoteista (e non animista come molti erroneamente credono).
III.
Nel V secolo la Chiesa ha “convertito” le feste romane di ferragosto in feste cristiane, facendo coincidere la festa pagana della dea Diana con l’Assunzione di Maria al cielo. Questa nuova festa si consolidò rapidamente nella tradizione popolare. Sarà però solo nel 1950 che Papa Pio XII decretò il dogma dell’Assunzione, con il consenso ormai secolare del popolo di Dio e dei vescovi della Chiesa.
I dogmi come sappiamo, sono delle verità non contenute esplicitamente nella Bibbia, ma che la Chiesa, cioè tutto il popolo di Dio, riconoscono come verità fondamentali per la propria fede. I dogmi non saranno mai in contraddizione con le verità contenute nella Bibbia.
IV.
Per noi cattolici, a differenza di altre confessioni cristiane, è di grande importanza la venerazione a Maria. Certo è vero come dicono le altre confessioni cristiane che noi possiamo ricorrere direttamente a Dio senza la mediazione di Maria. È vero anche che potremmo vivere la nostra vita terrena senza una mamma accanto a noi (pensiamo a quanti orfani nel mondo) però che differenza tra l’avere una mamma e non averla. Pensiamo a nostra madre, certo saremmo sopravvissuti anche se senza lei, ma come sarebbe stato molto più difficile e triste. Così possiamo credere in Dio anche senza Maria, ma che differenza, sarebbe come disse il sommo poeta, “Donna, se' tanto grande e tanto vali, che qual vuol grazia e a te non ricorre sua disianza vuol volar sanz'ali”.
V.
Papa Paolo VI dice che dobbiamo credere in Maria in quanto madre di Cristo e madre della Chiesa. Lei è lo strumento prezioso per la Chiesa per arrivare al Figlio: non è Maria il punto finale della nostra fede, ma è Gesù Cristo, come Maria stessa ebbe a dire a Cana di Galilea: “Fate tutto quello che Lui vi dirà”. Perché non ha fatto lei il miracolo di trasformare l’acqua in vino? Perché non è lei che opera miracoli, ma solo Dio. Lei però può intercedere e ottenere con efficacia quello che chiede a Dio, al punto che Gesù farà esattamente quello che lei gli ha chiesto.
Maria quindi è la nostra potente intercessora presso Dio. Lei si trova esattamente accanto a Dio con il suo corpo e il suo spirito: è questo il mistero che celebriamo oggi. E da là lei ci guarda, ci protegge e ci attende.
Foss’anche vero che si può arrivare a Dio senza Maria, perché avendo delle ali così grandi a disposizione, vorremmo volere volare senz’ali?
🇵🇹 VOAR SEM ASAS
(texto em 🇵🇹 português)
Uma reflexão para a Solenidade da Assunção (15-8-2022)
I.
Hoje é o dia culminante das “ferias de Augusto”, (Ferragosto) ou seja, o mês de descanso e feriados religiosos decretados por Octávio Augusto em 18 AC. No mês de Augusto (Agosto) muitos festivais e celebrações eram celebrados, começando a 1 de Agosto com o aniversário da conquista de Alexandria a 1 de Agosto 30 a.C., que viu a derrota de Marco António e Cleópatra. Ao longo do mês de Agosto havia muitos outros festivais religiosos celebrados com banquetes, rituais, jogos, corridas de cavalos, etc. A festa mais importante era a de 13 de Agosto, a festa de Diana, deusa da fertilidade e da maternidade, adorada no seu templo em Aventino (Roma). Depois haviaa festa de Portunnus, deus protector dos portos, Janus, o deus de duas faces, e Conso, protector do trigo e das colheitas. O festival mais aguardado era o “Vinalia rustica” (19 de Agosto), que abria a época da colheita. E as festividades terminavam a 25 de Agosto com a festa da deusa Opis, também protectora dos cereais colhidos.
II.
E como é que, entre todas estas festas pagãs, a festa da Assunção de Maria para o céu veio à tona? (Dissemos ontem) que quando o cristianismo chegou, a novidade irrompeu e tudo o que era mito foi suplantado pela nova religião. Graças ao cristianismo, houve uma evolução na consciência religiosa dos romanos. Os antropólogos dizem que há uma evolução também na religião que começa com o animismo, a ideia primitiva de que tudo tem alma e endeusa a matéria adorando o sol, a água, a terra, etc. Com a evolução da civilização, passamos do animismo para o politeísmo, ou seja, a crença em múltiplos deuses, como ocorreu na cultura egípcia, grega e romana. E finalmente chegamos ao monoteísmo, o culminar da evolução religiosa, onde há uma crença na existência de um único Deus, como foi o caso do judaísmo, cristianismo, islamismo e eu acrescentaria também a Religião Tradicional Africana, que é monoteísta (e não animista como muitos erroneamente acreditam).
III.
No século V, a Igreja 'converteu' as festas romanas de Agosto em feriados cristãos ao fazer coincidir a festa pagã da deusa Diana com a Assunção de Maria no céu. Esta nova recorrência foi rapidamente consolidada na tradição popular. Contudo, só em 1950 é que o Papa Pio XII decretou o dogma da Assunção, com o consenso secular do povo de Deus e dos bispos da Igreja.
Os dogmas, como sabemos, são verdades que não estão explicitamente ditas na Bíblia, mas que a Igreja, ou seja, todo o povo de Deus, reconhece como verdades fundamentais para a sua fé. Os dogmas nunca irão contradizer as verdades contidas na Bíblia.
IV.
Para nós, católicos, ao contrário de outras denominações cristãs, a veneração a Maria é de grande importância. É certamente verdade, como dizem outras denominações cristãs, que podemos ter acesso directo a Deus sem a mediação de Maria. Também é verdade que poderíamos viver a nossa vida terrena sem uma mãe ao nosso lado (pense em quantos órfãos no mundo), mas que diferença entre ter uma mãe e não ter uma. Pense na nossa mãe, claro que teríamos sobrevivido sem ela, mas como teria sido muito mais difícil e triste. Assim podemos acreditar em Deus mesmo sem Maria, mas que diferença, seria como disse o grande poeta: "Mulher, tu és tão grande e tão digna, que aquele que quer graça e a ti não recorre, o seu desejo quer voar sem asas".
V.
O Papa Paulo VI diz que devemos acreditar em Maria como mãe de Cristo e mãe da Igreja. Ela é o instrumento precioso para a Igreja alcançar o seu Filho: não é Maria que é o ponto final da nossa fé, mas Jesus Cristo, como a própria Maria disse em Caná da Galileia: "Fazei o que Ele vos disser". Porque não fez ela o milagre de transformar água em vinho? Porque não é ela que faz milagres, mas apenas Deus. No entanto, ela pode interceder e obter com eficácia o que pede a Deus, ao ponto de Jesus fazer exactamente o que ela lhe pediu.
Maria é, portanto, a nossa poderosa intercessora com Deus. Ela está exactamente ao lado de Deus com o seu corpo e espírito: este é o mistério que estamos a celebrar hoje. E a partir daí ela vigia-nos, protege-nos e espera-nos.
Mesmo que fosse verdade que podemos chegar a Deus sem Maria, porque quereríamos voar sem asas, quando temos asas tão grandes à nossa disposição?
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